Cadu de Castro
Bertioga: História e natureza
Há oito anos desenvolvo uma pesquisa sobre a história de Bertioga. Este trabalho fez com que eu criasse um vínculo afetivo muito grande para com a cidade. Há três anos decidi viver aqui, o que era inimaginável para alguém que nunca havia pensado seriamente em deixar São Paulo. Entretanto, a cada dia aumenta minha convicção de que é algo irreversível, pois não sei se conseguiria viver em outro lugar hoje. Muitas vezes, caminhando pela praia, ou nas minhas idas à aldeia indígena, passeando no Parque dos Tupiniquins, ou simplesmente contemplando a beleza do canal, sinto que pertenço a este lugar e este lugar me pertence. Portanto, me sinto feliz em poder contar a história e mostrar as belezas de Bertioga. É o olhar de um bertioguense, não de nascimento, mas de alma.
Tenho uma relação de grande intimidade com este patrimônio, pois realizo um trabalho de pesquisa histórica já há 8 anos em Bertioga. Foi a primeira fortificação construída no Brasil em alvenaria e com planta enviada pela coroa portuguesa, entre 1551 e 1553. Foi erigido sob o comando de Tomé de Souza e às expensas de Martim Afonso de Souza. Além da relevância histórica e arquitetônica nos oferece imagens como esta.
Este canal é testemunho de relevantes eventos da história do Brasil. Assistiu a chegada de Martim Afonso, antes da fundação de São Vicente, viu Estácio de Sã partir com sua esquadra para fundar o Rio de Janeiro, observou a passagem de piratas e corsários, que se utilizavam da barra para chegarem ás vilas de Santos e São Vicente.
Itaguaré é uma das mais belas praias de Bertioga. O rio Itaguaré serpenteia pela areia até encontrar o mar. Toda essa área foi transformada em uma unidade de conservação e forma um dos últimos corredores ecológicos da costa paulista. Sinto-me privilegiado por morar em Bertioga e poder usufruir desta natureza pouco transformada pelo homem. Esta fotografia tirei em uma manhã em que cheguei à praia antes do sol nascer e fiquei esperando e contemplando a beleza do raiar do dia...
Caminhando pelo rio à procura de belas imagens consegui fotografar na chamada "hora de ouro" pelos fotógrafos, ou seja, os instantes logo após o nascer do sol, em que a luz é bela. Mosquitos, mutucas e borrachudos me devoraram!
Caminhando pelo rio enxerguei este contraluz
Dia de semana, cidade sem turistas. Resolvi comer um açaí e fotografar o por do sol no canal de Bertioga. Vi a cena destes pescadores, conversei com eles e os fotografei.
Em uma tarde bonita resolvi fotografar o final do dia na Praça do Por do Sol. Sentei e fiquei esperando as melhores luzes.
Os primeiros raios de sol apareceram.
Todas as manhãs caminho pela Praia da Enseada, onde moro. Em dias que a coragem é maior acordo bem cedo para fotografar o sol nascer. Estas caminhadas em meio a natureza, com a mata de restinga de um lado e o mar de outro, me dão energia para o dia inteiro.
Aqui os raios de sol escapando entre as nuvens.
Encantei-me com esse feixe de luz que iluminou o cume da Serra do Mar ao fundo.
Nas minha caminhadas matutinas sempre encontro com pescadores solitários ou caiçaras que fazem a pesca de rede.
Na contraluz o meu grande companheiro de caminhada, Trotsky.
Trotsky é meu grande companheiro de caminhada e protetor.
Numa manhã cinzenta eu caminhava pela Praia da Enseada, quando observei este girassol. Rodando em torno da flor a enxerguei como o próprio sol, resolvi fotografa-la colocando-a no céu, como se o sol nascesse em flor.
Na restinga da Praia da Enseada este tronco coberto do fungo orelha-de-pau, me chamou a tenção pelas cores. Um dia estava com a câmera e resolvi fotografa-lo.
Caminhando pela Praia da Enseada, neste verão, puder contemplar as belezas do jundu em flor. Resolvi registrar em imagem algo que passa desapercebido pela maioria das pessoas. Eu preciso me maravilhar todos os dias, e só a beleza das coisas simples despertam em mim o maravilhar.
Meu grande companheiro servindo de modelo junto às flores de jundu.