Cadu de Castro
Um sonho africano...
Minha viagem pela África se iniciou na minha infância, em meus sonhos, em meio aos filmes do Tarzan, Daktari e os documentários do Mundo Animal. Todos os anos faço uma viagem maior, mais longa, e em 2011 iniciei o planejamento para a viagem de 2012, com ideia de ir para a região das Montanhas Rochosas, no Canadá. Entretanto, num insight me veio à mente o continente africano e aí nasceu o projeto África. Viajei por 30 dias e cinco países: Quênia, Tanzânia, Swaziland, Moçambique e África do Sul e cliquei muitas imagens, algumas delas apresento agora a vocês sempre acompanhada de um relato, informação ou experiência vivenciada. Espero que gostem...
Este é um dos líderes da aldeia. A primeira coisa que me perguntou foi quantas mulheres eu tinha e ainda me disse que uma só gera muito problema. Fui convidado por ele para conhecer uma casa masai, entrei e me sentei na sua frente, nesse momento observei a réstia de luz que entrava por um orifício do teto e iluminava parte do seu corpo. Resolvi clicar e, confesso que gostei do resultado.
Os masai vivem nas savanas africanas da Planície do Serengeti ao Masai Mara, entre o Quênia e a Tanzânia. São um povo que tem no pastoreio sua principal forma de subsistência. Criam rebanhos bovinos, caprinos e ovinos, que pastam pelas savanas, mas sempre aos olhos do pastor, que afugenta os predadores que se aproximam. Fiz esta foto na minha chegada à aldeia.
Passei algumas horas nesta aldeia masai a caminho do coração do Serengeti. Os masai são considerados um povo economicamente próspero, pois possuem boa parte do gado criado na Tanzânia. Entretanto, vivem como seus antepassados, apesar de saírem da aldeia e muitos se formarem na universidade. Ao final dos estudos sempre voltam para seu local de origem. Me impressionou o orgulho que têm de sua identidade. São considerados grandes negociantes.
Os masai são considerados grandes guerreiros e não temem os animais selvagens. Dizem que são o povo que Deus criou para viver entre os animais da savana. Um desses guerreiros me desafiou para uma disputa, que é tradicional entre eles, confesso que fiquei meio receoso (risos). Cada um segura uma lança e um de frente para o outro tem de saltar. Vence quem der o salto mais alto. Não preciso contar o resultado, né?
A mulher masai é extremamente vaidosa e se veste quase sempre de azul e vermelho. Usa muitos adereços feitos, principalmente de miçangas e também exerce a atividade do pastoreio, assim como o homem. Entretanto, por serem poligâmicos, um homem pode possuir muitas esposas. Para fazer esta foto pedi permissão aos homens e quando me aproximei para uns cliques pediram para que eu mantivesse uma distância maior. Claro que obedeci rapidamente! (risos)
Para que o matrimônio aconteça, as famílias passam por negociações. A moça prepara-se para as bodas desde a puberdade, quando sofre a cliteridectomia, abandonando o nome da infância e os velhos enfeites. A oficialização do casamento ocorre somente quando o noivo entrega ao pai da noiva o número de bois negociado. O casamento não envolve simplesmente um homem e uma mulher, mas as suas famílias inteiras. A ligação que se cria por meio da entrega do gado torna-se uma nova relação de solidariedade.
A casa masai é feita com uma armação de galhos e gravetos e barro. Os homens são responsáveis por coletarem a matéria prima e são as mulheres que as constroem. Passam quase o tempo todo fora de casa, usam-na para dormir. O homem tem seu lugar especial e as esposas dividem um mesmo cômodo. Há um pequeno orifício no teto para a entrada de luz e ventilação.
As aldeias masai são defendidas por uma cerca feita de um emaranhado de pau fincado, que as protege dos ataques de animais selvagens. Ao fundo, atrás das casas dá para ver a ponta da cerca.
Para demonstrar que o visitante é bem-vindo os masai realizam uma dança de recepção ou boas vindas. Para visitar a aldeia eu fiz uma doação à comunidade de US$ 50, dinheiro usado para manter a escola e ajudar os jovens a estudarem na universidade.
Esta fotografia foi feita no Lake Manyara. Saímos de Arusha no dia 08 de junho e chegamos à região do Lake Manyara. Foi a primeira emoção de ver os grandes animais em seu habitat natural. Fiz vários cliques, entre eles esta família de antílopes. Me chamaram a atenção as luzes, sombras e nuances de cores da cena. Pedi para o guia parar a Landcruise em que viajávamos e cliquei.
Árvore de ecossistemas de clima árido o baobá tem uma capacidade enorme de armazenamento de água. Atinge facilmente os 20 metros de altura e chega a ter 7 metros de diâmetro. Esta estava frondosa e me chamou muito a tenção pela beleza, parei e cliquei de dentro do carro para evitar virar refeição dos inúmeros leões que vivem na região.
Às margens do Lake Manyara, que possui águas sulfurosas, ficam muitos animais. Como a mata é baixa eles conseguem se proteger dos predadores, pois os enxergam ao longe. Nesta foto, enxerguei harmonia no posicionamento dos animais em linha: antílopes, zebras e flamingos ao fundo.
Esta foto é o exemplo de uma imagem que não fiou perfeita, mas que retrata um momento importante. Estávamos no Serengeti em direção ao centro da planície quando flagrei a cena do abutre e do chacal disputando alimento e o chacal sendo expulso. De dentro do carro em movimento cliquei.
Dirigíamos pelo Serengeti quando vimos uma zebra morta, sendo comida por abutres. Segundo Mike, nosso guia, provavelmente foi picada por uma cobra, pois sua carcaça não tinha sinais de ferimentos de grandes predadores. Flagrei o pouso de um abutre que chegava. Um pouco mais atrás hienas vinham se aproximando.
Era junho de 2012 e em função de chuvas mais prolongadas no ano, as grandes migrações se estenderam. Portanto, consegui observar as grandes manadas de zebras e gnus deixando o Serengeti a caminho do Masai Mara. Quando me deparei com esta cena cliquei em color, mas ao tratar a foto percebi que era P&B. Assim ficou.
Um dos animais mais perigosos da África, os búfalos são responsáveis por muitos ataques a seres humanos. Na primeira noite de acampamento no Serengeti, pensei que tivéssemos um camping de fato, cercado e etc. Qual não foi minha surpresa quando o guia falou que dormiríamos em meio à savana, em uma barraca de lona. Muito próximo de onde acampamos avistamos búfalos. A noite não saíamos da barraca por nada. Risco de ataque de leão, leopardo, cobra, ou até mesmo um búfalo insone.
Na cratera de Ngorogoro, encontra-se um número grande de predadores, principalmente leões. Por isso as elefantes fêmeas evitam a região quando têm filhotes. Portanto, a maior parte dos elefantes que encontramos por lá são machos e já velhos, que é o caso deste da imagem. Muitos vão para lá para morrer. Há um cemitério de elefantes na cratera.
Esta imagem me impressionou pelo número de elefantes da manada. Muitas fêmeas com filhotes. Procurei captar um pouco da vegetação da savana e o céu nublado, o que não é comum para o mês de junho.
Transitávamos pela região do Lake Manyara, quando vimos uma família de elefantes. Uma mãe, com o filhote nas proximidades se aproximou do carro numa atitude meio hostil. Apesar de um certo receio, aproveitei para fazer a foto de alguns que se alimentavam.
São 9 subespécies de girafas em toda África. Esta é a girafa masai, comum na região de Ngorogoro e Lake Manyara, Tanzânia. Esta foto tirei com a luz do entardecer que incidia sobre o animal que se alimentava tranquilamente numa acácia.
Aqui uma girafa da mesma subespécie anterior, saindo detrás da moita.
Eu dirigia pelo Park Krueger, na África do Sul, quando vejo esta girafa comendo folhas e frutos da acácia, próxima à beira da estrada. Resolvi parar e fotografar alguns detalhes dela. Neste close-up podemos ver os enormes cílios.
Os gnus são a base da cadeia alimentar no Serengeti. No período das grandes migrações, em torno de um milhão de gnus deixa o Serengeti em direção ao Masai Mara. Este grupo estava pastando e pude observar um grupo de leoas tomando posição ao redor para iniciar a caça. Confesso que é uma cena que me emocionou, pois durante toda a minha vida v essas cenas em documentários.
Observado esse grande grupo de gnus se aproximando do leito do rio, notei que estes animais vivem em constante estado de alerta e stress. No início demonstraram muito medo em se aproximar da água pela possível presença de crocodilos. Depois, enquanto alguns bebiam, outros observavam os arredores temendo a aproximação de leões ou leopardos.
A planície do Serengeti é um grande platô, completamente plano. Exceção feita ás formações rochosas chamadas kopjes. Estas leoas estava, sobre estas rochas para observarem as grandes manadas e se prepararem para a caça. O guia que estava conosco desceu da Toyota Landcruiser que viajávamos, e esse movimento fez as leoas começarem a levantar, e com o olhar fixo no homem. Fquei preocupadíssimo com a loucura do cidadão.
Aqui captei a imagem de um jovem macho no Serengeti. Apesar de parecer ameaçador, estava expressando um momento de grande preguiça nesse bocejo colossal. É incrível que o leão macho parece ter noção de sua soberania. Não se sente ameaçado por nada e em nenhum momento.
Aqui uma paisagem que representa bem a planície do Serengeti. A marca escura que se sobressai à gramínea é a cabeça de um leão macho que havia abatido uma presa e estava comendo.
Senhor de sua força e poder, vez em quando se levantava para observar ao redor. Em um determinado momento levantou-se e caminhou até um carro da National Geografic que estava próximo de nós. Chegou ao lado da porta que etsava aberta e com parte da câmera filmadora para fora, colocou o focinho na lente da filmadora. Certamente o cinegrafista deve ter tido um misto de pavor com euforia pela cena que conseguiu captar.
Excelente predadora e carniceira, a hiena está presente em todas as áreas do Serengeti. Esta eu fotografei quando ela se aproximava de uma carcaça de gazela Thompson´, que havia morrido próxima da estrada.
Na entrada de Ngorogoro há muitas famílias de babuínos. Flagrei um tentando roubar comida de turistas italianos, foi muito engraçado. Esta cena me chamou a atenção pela singeleza, o carinho da mãe com o filhote. Para os babuínos a proteção ao filhote é sempre prioridade. Chegam a enfrentar os predadores grandes quando algum filhote está em risco.
Stone Town é uma cidade tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade. É composta por ruelas que formam um imenso labirinto, que faz com que demoremos um pouco para entende-lo. A sua arquitetura trás as características de suas diferentes ocupação no transcorrer da história, por povos árabes, portugueses, o sultanato e ingleses.
Nesta cena eu caminhava com a câmera, quando achei interessante a paisagem, as placas as mulheres, as crianças. Quando empunhei a câmera as crianças começaram a brincar na minha frente e cliquei.
O mercado de Stone Town é muito conhecido pelo comércio de especiarias. Á primeira vista caótico, mas adorei, ia todos os dias lá para conhecer e fotografar. Esta imagem eu fiz no espaço onde comercializam peixes e frutos do mar. O mais interessante é que os pescadores chegam com seus produtos, jogam sobre a pedra que se vê a frente deles e aí começa um pregão. Aquele que oferecer o melhor valor pelo pescado, leva.
Esta imagem eu fiz no dia que cheguei a Zanzibar. Caiu uma chuva forte logo depois de minha chegada e, nesse período fiquei no hostel. Assim que a chuva parou peguei a câmera e saí para fotografar. Próximo ao hostel encontrei este mercado informal de peixes. Achei a cena bastante interessante e cliquei. Gostei das nuvens escuras no céu.
Mais uma cena do cotidiano da cidade que captei. Mais de 90% da população é de origem muçulmana, como podemos ver nas fotos publicadas, pelas burkas, comuns entre as mulheres. Achei interessantes também as linhas da arquitetura desta parte da cidade onde se concentra o comércio popular local. É uma área pouco frequentada pelos turistas.
Esta foto tirei logo no dia em que cheguei a Stone Town. Caminhando pelas ruas, depois da chuva, me chamou a atenção desta mulher muçulmana.
O comércio de rua é muito comum nas ruas de Stone Town, capital de Zanzibar. Este homem vendia frutas e a Karen iniciou uma conversa com ele, e ele permitiu que eu o fotografasse em seu ofício cotidiano. Gostei da imagem em P&B.
Tanzânia e Zanzibar formam a Repúblicas Unidas da Tanzânia. Zanzibar é um arquipélago localizado no oceano Índico, na África oriental. O sol se põe no mar formando belíssimas paisagens e ao entardecer, parte da população da cidade vai à beira mar para conversar, namorar ou simplesmente contemplar o entardecer.